Um estudo da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP investigou os efeitos da fonte proteica nos ganhos de massa e força muscular ao comparar veganos e onívoros que realizam treinamento de resistência.
A conclusão é que a dieta vegana não perde para a onívora e, desde que o aporte proteico seja adequado, os efeitos de ganho de massa e força muscular são os mesmos nas duas dietas.
Para indivíduos engajados em programas de exercícios, a necessidade de proteína na dieta é aumentada. Então, os participantes, tanto onívoros quanto veganos, tiveram complementação proteica na dieta por meio de suplementos. Para os primeiros, com proteína isolada de soro de leite e, para os segundos, com proteína isolada de soja. Para fins de experimentação, a complementação da dieta via alimentação seria inviável por sofrer variações diárias.
A suplementação foi necessária também para equiparar o consumo proteico entre os grupos. “A ideia era comparar o efeito da fonte proteica nos ganhos musculares em condições de igualdade. Para tal, ambos os grupos deveriam consumir quantidades de proteína suficientes na dieta, distinguindo-se, apenas, a fonte”, conta Roschel.
Todos os dias, os participantes ingeriam 1,6 grama de proteína por quilo (kg) de peso. Ou seja, se a pessoa pesa 100 kg, ela precisaria consumir 160 gramas de proteína, por dia. No total, 38 homens jovens fizeram parte da pesquisa, sendo 19 veganos e 19 onívoros. O programa de treinamento de força (comumente chamado de musculação) foi supervisionado para garantir que todos fizessem a mesma coisa. O treino foi feito ao longo de três meses, duas vezes por semana.
Os resultados mostraram que, para indivíduos que têm aporte proteico adequado, tanto faz a fonte. Os efeitos no ganho de massa e força muscular são os mesmos. O grande desafio é atingir a demanda proteica exigida apenas com alimentos da dieta vegana, o que não é simples.